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Delegação israelita cancela viagem a Washington após abstenção dos EUA na ONU. "Estamos perplexos"

Votação no Conselho de Segurança da ONU
Votação no Conselho de Segurança da ONU Direitos de autor Craig Ruttle/Copyright The AP 2024
Direitos de autor Craig Ruttle/Copyright The AP 2024
De  Euronews
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Primeiro-ministro israelita cancelou viagem de comitiva, que incluía dois ministros, para discutir ofensiva em Rafah com a administração norte-americana, depois de os EUA terem deixado aprovar no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que pede cessar-fogo "sustentado" na Faixa de Gaza.

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu pela primeira vez, na segunda-feira, um cessar-fogo na Faixa de Gaza durante o Ramadão. Os Estados Unidos abstiveram-se na votação e deixaram passar a resolução que também exige que sejam libertados todos os reféns feitos durante o ataque do Hamas a Israel - mas não faz depender o cessar-fogo da libertação dos reféns.

Em resposta, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu decidiu cancelar a visita de uma delegação de altos funcionários de Telavive a Washington. Segundo a AP, Netanyahu não falou com o presidente norte-americano antes de decidir cancelar a viagem e Biden não tem planos para falar em breve ao telefone com o governante israelita.

"Estamos perplexos", admitiu John Kirby, o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, sobre a resposta de Israel à abstenção dos EUA na votação no Conselho de Segurança da ONU. 

Kirby assinalou que o facto de os EUA não terem vetado a resolução desta vez - já tinha acontecido três vezes - não representa uma mudança nas políticas de Washington, uma vez que a resolução não é vinculativa, mas assinala uma quebra nas relações entre a administração Biden e o governo de Israel.

Netanyahu alegou que os Estados Unidos, com a abstenção, deram esperança ao Hamas de uma trégua sem cederem na libertação dos reféns e, portanto, prejudicaram "tanto o esforço de guerra como o esforço para libertar os reféns". A delegação israelita que ia para Washington incluía dois ministros e tinha como objetivo discutir a ofensiva israelita na cidade de Rafah - à qual os Estados Unidos já declararam que se opõem.

Ainda assim, prosseguiu na segunda-feira o encontro já planeado entre o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan.

O alto responsável norte-americano revelou que o plano de Israel para entrar em Rafah não está iminente e que ainda há tempo para conversações, apesar da viagem cancelada por Netanyahu.

Netanyahu cada vez mais isolado

O governo de Benjamin Netanyahu está cada vez mais isolado e até Donald Trump, aliado político do primeiro-ministro israelita, deu uma entrevista a um jornal de Israel e defendeu que Telavive tem de acabar a guerra porque está a perder apoio.

Já o Hamas, congratulou-se com a resolução do Conselho de Segurança da ONU e garantiu que, a qualquer momento, poderá realizar uma troca de prisioneiros com Israel, elevando as esperanças no sucesso das negociações que decorrem em Doha entre altos representantes dos EUA, Egito e Qatar.

Mas o ministro da Defesa israelita, nos Estados Unidos para o referido encontro com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, declarou que Telavive não tem "o direito moral de parar a guerra enquanto houver reféns em Gaza" e defendeu que a falta de uma vitória decisiva em Gaza poderá levar ao alastrar do conflito mais a norte, parecendo referir-se a uma guerra contra o Hezbollah no Líbano. 

Esta terça-feira, Francesca Albanese, enviada especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinianos, deverá divulgar um relatório que defende que há razões fortes para acreditar que Israel está a cometer três dos cinco atos definidos como genocídio na lei internacional. O relatório da especialista das Nações Unidas pede mesmo que Israel seja sujeito a um embargo de armamento por estar a cometer atos genocidas na Faixa de Gaza.

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