A ópera "A Italiana em Argel" deu a oportunidade a Cecilia Bartoli de exprimir o seu talento de atriz.
A ópera "A Italiana em Argel" deu a oportunidade a Cecilia Bartoli de exprimir o seu talento de atriz, numa produção dirigida por Patrice Caurier and Moshe Leiser, em Salzburgo.
As falhas humanas e os conflitos culturais são os ingredientes da obra de Rossini estreada em 1813. A dupla de encenadores Moshe Leiser e Patrice Caurier usam e abusam dos clichés para criar uma obra colorida em que Cecilia Bartoli exprime todo o seu talento de atriz.
"A Cecilia adora o teatro, adora mascarar-se, assumir novas formas, rapar o cabelo, disfarçar-se de homem, subir para as costas de um macaco, incarnar o papel de mãe, andar nas costas de um camelo ou de um míssil. Ela adora o teatro", disse Moshe Leiser.
Em palco, Cecilia Bartoli veste a pele de uma jovem italiana que chega a Argel em busca do amante. No início, cai nas garras de um mafioso mas, finalmente, com astúcia e charme consegue escapar.
"Isabella é uma mulher que decide embarcar e que tem vontade de aprender uma nova cultura, uma nova gastronomia, conhecer pessoas diferentes que falam línguas diferentes. É o desejo da descoberta", contou a mezzo-soprano italiana.
"Em Rossini, as mulheres são quase sempre combativas, fortes, astuciosas, espertas. São personagens formidáveis. O libreto é um verdadeiro apelo à igualdade entre homens e mulheres", afirmou o encenador.
"Numa comédia, não há dueto amoroso porque para dizê-lo de forma cru, numa comédia o que é importante não é o amor mas o desejo sexual. É isso que faz rir", acrescentou Leiser.
"Rossini tem o riso dentro dele e uma força vital que vem da música. Sentimos o sangue a correr na música, uma energia incrível", frisou o encenador Patrice Caurier.
"A Italiana em Argel" é uma loucura total. Ninguém encontra ninguém, é pura loucura, uma loucura que nos transporta. Rossini é capaz de nos transportar para uma dimensão incrível e sempre de forma efervescente", declarou a cantora italiana.