EventsEventos
Loader

Find Us

FlipboardLinkedin
Apple storeGoogle Play store
PUBLICIDADE

União Europeia tem de alargar ou enfrentar "nova Cortina de Ferro", alerta Presidente Michel

Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel
Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel Direitos de autor Dario Pignatelli/
Direitos de autor Dario Pignatelli/
De  Mared Gwyn Jones
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied
Artigo publicado originalmente em inglês

A União Europeia deve ficar maior ou arriscar-se a enfrentar uma “nova Cortina de Ferro” ao longo da sua ala do leste, disse segunda-feira o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o bloco marca 20 anos desde o seu maior alargamento de sempre.

PUBLICIDADE

“O alargamento é vital para o futuro da UE porque sem ele [há] o risco de uma nova Cortina de Ferro”, disse Michel em entrevista a um grupo seleto de jornalistas.

“Seria extremamente perigoso se tivesse uma vizinhança instável com falta de prosperidade ou falta de desenvolvimento económico. Estes são os nossos interesses comuns — dos países candidatos e da UE — para fazer progressos, para acelerar”, acrescentou.

A dura advertência surge no aniversário do chamado "Big Bang" do alargamento de 2004, quando dez países - incluindo sete antigas repúblicas soviéticas ou Estados satélites - aderiram à UE.

Se não fosse por essa expansão histórica, a UE como está hoje seria dividida por uma “Cortina de Ferro de facto”, disse Michel, o que significa que os países do lado oriental teriam sido alvo de “tentativas políticas e ideológicas do Kremlin para os ocupar”.

Nove países da Europa de Leste e dos Balcãs Ocidentais aguardam atualmente nos bastidores para se tornarem membros de pleno direito da UE. O processo de adesão ao bloco é notoriamente longo e complexo, com os países candidatos obrigados a responder às duras exigências da UE, incluindo reformas judiciais e constitucionais significativas.

Embora a invasão não provocada pela Rússia à Ucrânia tenha introduzido um novo ímpeto na política de alargamento adormecida da UE, as tentativas de acelerar o processo de adesão correm o risco de ser impedidas por Estados-Membros mais céticos.

Os críticos dizem que os longos atrasos na integração dos países candidatos estão a fomentar um sentimento de exasperação com Bruxelas.

No passado mês de Dezembro, o húngaro Viktor Orbán — cujo governo ocupará a presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE a partir de julho — ameaçou travar sozinho a abertura das negociações de adesão com a Ucrânia através do exercício de poder de veto.

Mas Michel desvalorizou as especulações de que uma presidência húngara, combinada com um Parlamento Europeu mais polarizado após as eleições, poderia dificultar ainda mais o caminho dos países candidatos à adesão.

“Estou muito confiante de que o próximo ciclo institucional será a ocasião para reafirmar a nossa vontade política conjunta de alargar”, afirmou Michel.

Questionado sobre se o governo húngaro poderia inviabilizar ainda mais a adesão da Ucrânia, excluindo a questão do alargamento da agenda do Conselho, Michel disse: “Não estou de todo nervoso”.

“Estou confiante porque sinto que os líderes — a grande maioria deles — estão absolutamente convencidos de que isto é importante para o futuro”, afirmou ainda.

Michel acredita que a chamada “abstenção construtiva” — notoriamente usada por Orbán em dezembro passado quando saiu da sala, após os seus 26 colegasaprovarem a abertura das conversações de adesão da Ucrânia à UE — poderá ser uma rede de segurança para decisões semelhantes no futuro.

“Usamos a abstenção construtiva, que está a dar a possibilidade de um país dizer: olhe, não gosto e não estou muito confortável com esta decisão, e faço pública a minha opinião, mas não quero bloquear a grande maioria dos Estados-membros”.

Ucrânia exige “transição específica”

A possível integração da Ucrânia - o país atingido pela guerra cujo PIB per capita é três vezes menor do que o da Bulgária, a menor economia da UE - está a suscitar receios de que a adesão de Kiev destabilize a estrutura orçamental do bloco e signifique que muitos países da UE passariam de beneficiários líquidos para contribuintes líquidos.

Um relatório recente do think tank Bruegel estima que a adesão do país devastado pela guerra custaria à UE entre 110 e 136 mil milhões de euros ao longo de sete anos.

Michel diz que, para aliviar o potencial impacto da adesão da Ucrânia na economia da UE, o país precisaria de uma “transição específica” baseada num modelo que não está atualmente “no sistema”, sobretudo devido ao custo potencial da sua reconstrução pós-guerra.

Michel disse ainda que outros países mais alinhados com a economia do bloco poderão ser aceites como membros da UE antes do final desta década. O Presidente disse anteriormente que a UE deve fazer o seu trabalho de casa — incluindo a implementação das reformas necessárias — para estar pronta para o alargamento o mais tardar até 2030.

PUBLICIDADE

Apelou ao bloco para não ter “medo” da integração da Ucrânia, afirmando que o país será um local atrativo para investir como parte do mercado único.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

UE celebra 20º aniversário do alargamento "Big Bang" com um toque de cor

A UE diz que tem de se alargar. Mas porque é que parou?

Político alemão da extrema-direita suspeito de branqueamento de capitais