Fomos até Göygöl, conhecer a mais antiga adega em funcionamento no Azerbaijão.
Sabia que a produção vinícola do Azerbaijão tem 4 mil anos? A Euronews foi até Göygöl, para visitar o berço da indústria vinícola econhecer a mais antiga adega em funcionamento no Azerbaijão.
A vitivinicultura contemporânea começou aqui em 1860 através de imigrantes alemães. Tem crescido constantemente e não há melhor altura para uma visita do que durante as vindimas.
Existem mais de 500 hectares de vinha na adega de Göygöl. É uma das propriedades mais conhecidas do Azerbaijão. Um dos agrónomos da adega explicou que algumas das vinhas que aqui encontramos têm um pouco de história.
Atualmente, a adega cultiva quinze variedades de uvas, maioritariamente do Cáucaso e da Europa. Esta, por exemplo, é uma Cabernet Sauvignon francesa. Entre estas vinhas encontram-se também duas das castas locais sobreviventes.
Uma vez colhidas manualmente, as uvas são transferidas para o local principal para serem processadas. Rasim faz um meticuloso controlo de qualidade. Trabalha aqui como enólogo chefe há 32 anos.
A influência histórica dos emigrantes alemães
As vindimas deste ano viram passar cerca de 4.500 toneladas de uvas brancas e tintas. Vão ser transformadas numa vasta gama de vinhos para consumo local e internacional. Na adega é onde a magia acontece. A empresa foi fundada por colonos alemães, pelos irmãos Fohrer e Hummel. Os enormes barris são agora guardados como uma recordação desses tempos, como peças de museu.
Os emigrantes alemães não só deixaram a cultura do vinho na região, como fundaram a cidade de Göygöl, onde se situa a adega. Deixa uma marca clara, principalmente na arquitetura do centro da cidade.
Os alemães viveram no Azerbaijão até 1941. Depois do ataque nazi contra a União Soviética, Moscovo emitiu um decreto exilando os alemães do Cáucaso. Fomos ver a casa do último alemão residente na cidade. Viktor Klein conseguiu evitar a expulsão e viveu aqui toda a vida. Viktor Klein também era um amante do vinho. Sem surpresas, em casa dele encontrámos uma adega, uma máquina para prensar as uvas e ferramentas que são testemunhos de uma longa tradição familiar. A comunidade alemã desempenhou um papel importante na vida económica, social e cultural da região. Celebrámos o seu património na Fábrica do Vinho de Göygöl.