Voto dos EUA foi o único contra o projeto de resolução apresentado pela Argélia.
Os Estados Unidos fizeram uso do veto numa votação no Conselho de Segurança sobre o pedido da Palestina para ingressar na ONU como um Estado de pleno direito, uma hipótese rejeitada por Israel.
O projeto de resolução apresentado pela Argélia, que recomendava à Assembleia-Geral "que o Estado da Palestina seja admitido como membro das Nações Unidas", obteve 12 votos a favor, um contra e duas abstenções.
A Autoridade Palestiniana criticou o veto dos Estados Unidos, considerando que é uma "agressão flagrante" que empurra o Médio Oriente para a "beira do abismo".
"Esta política americana agressiva para a Palestina, seu povo e direitos legítimos representa uma agressão flagrante ao direito internacional e uma incitação para que continue a guerra genocida contra o nosso povo [...] que levam à região ainda mais para a beira do abismo", declarou o gabinete do presidente Mahmud Abbas em comunicado.
Este veto "revela as contradições da política americana que pretende, por um lado, apoiar a solução de dois Estados, mas por outro, impedir a aplicação desta solução" na ONU, lê-se na mesma nota.
O gabinete de Abbas agradece aos países que apoiaram a adesão plena dos Territórios Palestinianos à ONU.
"O mundo está unido pelos valores da verdade, da justiça, da liberdade e da paz que representam a causa palestina", destacou a Autoridade Palestina, que exerce competências limitadas na Cisjordânia ocupada.
O vice-embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, declarou perante o Conselho de Segurança da ONU que o veto "não reflete uma oposição ao Estado palestiniano, mas é um reconhecimento que virá somente das negociações diretas entre as partes."
"Os Estados Unidos continuam a apoiar firmemente a solução dos dois Estados", afirmou o diplomata.
Esta é a segunda tentativa da Palestina de adesão como membro pleno nas Nações Unidas. A votação ocorreu em plena guerra na Faixa de Gaza, que opõe há mais de seis meses Israel e o Hamas, e que ameaça alastrar-se a outras regiões no Médio Oriente e envolver o Irão.